sábado, 11 de maio de 2013

Temos o Castanhão. Quem temos?

Nos dias 8 e 9 deste mês de maio, aconteceu no auditório da Fetraece o Seminário "Convivência com o Semiárido e Afirmação de Direitos. Foi feita uma análise histórica e conjuntural da convivência com o semiárido a partir da atuação dos movimentos sociais e das políticas públicas, mostradas experiências exitosas de convivência com a estiagem e levantadas algumas questões incômodas a respeito das posições dos governos, em especial os governos dos estados atingidos e particularmente o caso do Ceará.
Uma destas perguntas "Qual é a diferença: a seca sem água ou a seca com a água do Canal (da integração)". Em outras palavras: qual o destino da trilionária infraestrutura hídrica (Castanhão, Canal da Integração, Transposição do São Francisco) que se está instalando no Ceará (e no Nordeste)? Qual o sentido de se instalar no Complexo Portuário do Pecém uma siderúrgica que consumirá mais água de que toda a população de Fortaleza? Onde a sustentabilidade?
Foram apresentados os depoimentos de um agricultor de Senador Pompeu, Edvaldo e uma agricultora de Crateús, Maria da Penha sobre as experiências deles de convivência com a seca, utilizando a pouca água que conseguem captar e guardar e tecnologias apropriadas para produzir para se alimentar, sobrando um excedente para vender e gerar alguma renda. Quanta diferença para os perímetros irrigados do agronegócio, estupendos gastadores de água e que gozam de todas as facilidades na sua aquisição. O JN de sábado, 11 de maio, mostra como a tecnologia simples e apropriada gera resultados. Por que ignorá-la?
O governo elenca uma série de ações desenvolvidas para enfrentar o problema e o volume de dinheiro empregado. Aí, a gente compara o volume de dinheiro para as ações de enfrentamento da estiagem e o tempo de execução das ações, com o volume aplicado para obras da Copa da FIFA e a celeridade das obras.
Prioridade ou a lei de licitações? 
Ou falta de vergonha mesmo?