quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Ordem e pogréçio

Tinha mesmo de ser dia 31. Para rimar com 1964. O golpe veste nova roupagem mas é o mesmo na essência: impedir que o Brasil avance em rumo à construção de uma nação moderna.
Dava uma primeira impressão que os golpistas queriam datar o tamanho do retrocesso. Final do século XIX, antes da adoção do voto direto, secreto e universal, uma sociedade de homens ricos e brancos, onde as mulheres sabiam do "seu lugar".
Viu-se depois que o buraco é mais embaixo. A ideia é saquear rapidamente as riquezas do País, talvez salvando o apurado no saque em contas em paraísos fiscais.
Um dia triste, muito triste.
Acho que todo mundo viu o que aconteceu. Ficou patente a postura serena, altiva e digna da Presidenta cassada diante de seus ímpares, como classificou os golpistas uma querida amiga.
E me veio à cabeça a beleza dos versos de Nelson Cavaquinho:
"O sol há de brilhar mais uma vez
A luz há de chegar aos corações
Do mal será cortada a semente
E o Amor será eterno novamente"
A roda gira e a lusitana roda. Luto é verbo.