sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Falando em seca...

Os dados do prognóstico climático para a quadra chuvosa de 2015, no Ceará, divulgado na última terça-feira (20) pela Fundação Cearense de Recursos Hídricos (Funceme), apontam 64% de probabilidade das chuvas ficarem abaixo da média este ano. Pelo quarto ano consecutivo.
Logo após o anúncio o governador anunciou a intensificação de ações como a instalação de cisternas de placa, adutoras emergenciais e de engate rápido, perfuração de poços profundos, construção de novas barragens e ampliação da operação carros-pipa do Exército e do Estado. 
É um roteiro que tem se repetido desde 1877, quando o imperador D. Pedro II prometeu empenhar até as joias da coroa para que os nordestinos não morressem de fome e deu início à indústria das secas. Que tem sabido se atualizar e até hoje está viva.
Ações de emergência ao longo dos tempos têm superado ações de convivência. Coisas do sistema: na emergência, lucro e poder para alguns, na convivência poder e benefícios para todos.
Felizmente, o povo nordestino começa a se articular e construir formas de convivência com seu clima. Dentro da noção de que a água é patrimônio e bem necessário para todas as formas de vida, e não apenas um recurso a ser comercializado. Reinventando o modelo proposto desde sempre.
Mas, neste ano de 2015, a escassez de água atinge também a Região Sudeste, incluindo as mais populosas cidades brasileiras.
Não por falta de aviso.
Alckmin, o escorregadio, corre atrás do governo central pedindo ajuda, repetindo o que fizera o Senador Pompeu, em 1877, com o imperador. Ou seja, corremos o risco de ver alastrada a indústria da seca.
Que os nossos irmãos do Sudeste possam aprender com os irmãos nordestinos que esta crise só será superada com uma intensa participação popular no gerenciamento da água, parte de um ciclo vital da Natureza. Crise que não será resolvida com obras emergenciais, transposição de bacias e coisas do gênero, mas com uma mudança profunda neste modelo de civilização que consideram tão 'superior'.
Só assim, terão água quando vier a precisão.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

O sol é para todos?

O sol é a fonte de energia que movimenta toda vida no nosso planeta Terra.
Está presente em todos os cantos de nosso país, com abundância aqui em nossa região.
Entretanto, sua utilização como fonte de energia tem se limitado a experiências esparsas, desconectadas entre si e quase sempre de forma experimental e assistemática.
Por que?
Acredito que desde que em determinado instante da história da humanidade, quando o ser humano inventou a propriedade privada, essas coisas que podem estar ao alcance de todos começaram a ser desvalorizadas. Uma fonte de energia barata, limpa, renovável, ao alcance de todos poderia causar grandes prejuízos a empresas que tem sua razão de ser na venda desse insumo fundamental.
Já imaginou o quanto de energia não precisaria ser comprada das distribuidoras se o aquecimento de água de condomínios de luxo, clubes e indústrias utilizasse esta forma abundante e disponível de energia?
Com uma tecnologia ao alcance de qualquer estudante de curso colegial.
Pequena atitudes podem mudar o mundo.
Com certeza, muitas discussões acontecerão este ano sobre os caminhos da nossa economia.
Todas privilegiando soluções que trarão lucros a alguns, deixando a conta para todos.
E procurando demonstrar por a mais b que soluções baratas, baseadas nos conhecimentos locais, são uma fonte de atraso e ineficiência.
Abramos os olhos e deixemos o sol iluminar nossas vidas.
Um 2015 de muita luz, alegria e realizações e também de um bom inverno, que tá nos fazendo grande falta.