quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Falaram do Natal, esqueceram do Menino

Coisas interessantes aconteceram em Ubajara, neste ano de 2015.
A comemoração do Centenário da emancipação política do município, com alguns eventos significativos, boa participação popular e um salutar resgate, por parte dos alunos da escolas municipais das memórias e histórias de suas comunidades.
Os 50 anos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar de Ubajara, relembrando hábitos dos que suaram muito para construir a base econômica desta cidade.
O Desfile do 7 de Setembro envolvendo as forças vivas das comunidades - agricultores familiares, associações comunitárias, escolas públicas e particulares - enfim toda a gente que vive por aqui.
Embora alguns torçam o nariz e o bondinho esteja parado, o CDL promoveu com êxito a sua convenção estadual, lotando a cidade com lojistas de todo o Estado.
Na quarta-feira, o CDL e a Prefeitura Municipal convidaram representantes de todos os segmentos da sociedade local para a apresentação do Projeto do Natal de Luz, no Castelo Clube, que de resto também está bombando em sua programação.
Um destaque: é a primeira vez que vejo, em nossa cidade, a preocupação em programar uma festividade, com um projeto que tenha começo, meio e fim por parte do poder público.
Procura resgatar, incentivar e desenvolver a vocação turística da cidade, através de suas qualidades intrínsecas de paisagem, clima e hospitalidade das pessoas, indo além dos equipamentos como o bondinho, propondo uma nova visão do assunto.
Na apresentação, houve a preocupação de despertar nas pessoas presentes a sua integração com o projeto, assumindo-o como sendo de cada um e da cidade como um todo. Intenção louvável, sem dúvida.
Mas, como de boa intenção o inferno está cheio, cabe questionar alguns pontos.
O primeiro, sem dúvida, é que o projeto já vem pronto. Contratam-se especialistas, evidentemente competentes, que a partir de informações de experiências exitosas em outros lugares, propõem a sua implantação na cidade, ignorando as diferenças econômicas e/ou culturais porventura existentes.
E isso não é um incentivo à participação da comunidade.
Depois, turista não é bobo. Entre uma imitação e o original, ele vai preferir sempre alguma coisa original. Aliás, o turismo se desenvolve pela procura das pessoas de viver experiências únicas e diferentes em cada localidade visitada. Daí, que ele é forte onde existem aspectos culturais marcantes e peculiares. Festas, comidas, edificações, paisagens de cada povo ou comunidade são o atrativo.
Aqui mesmo, em nossa cidade, temos o exemplo da Festa das Flores, que era realizada anualmente pelo Professor Raimundo, como um evento que atraia e movimentava um numeroso contingente de turistas, alguns dos quais acabaram se fixando por aqui.

E o Natal é mais que luzes, árvores, presentes. É a comemoração do nascimento do Menino Jesus, que veio ao mundo com uma mensagem de Amor e Paz entre todas as pessoas.
E talvez tenha sido Ele o grande esquecido da noite.
O resgate de tradições nossas, lapinhas, presépios, novenas, com certeza aumentaria o sentimento de pertencimento de toda a população, atraindo os visitantes ávidos por experiências diferenciadas e únicas.

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