terça-feira, 13 de setembro de 2016

sic transit gloria mundi

Calorosas manifestações de júbilo invadem as redes sociais desde o final da sessão da Câmara dos Deputados que cassou o mandato de Eduardo Cunha, encerrando uma longa novela.
É fácil chutar cachorro morto.
Entendo a manifestação daqueles que sempre arrostaram este indigitado indivíduo nos momentos em que arrotava prepotência e poder, colocando-se acima da Lei e dos Regimentos que deviam reger a vida da Nação e da casa que comandava.
Mas, não consigo compreender a atitude  daqueles que tinham entronizado o cunha nos altares da Pátria. Começando pelos 367 deputados que na folclórica sessão de 17/04 votaram pela admissibilidade do processo de impeachment da Presidenta Dilma, confraternizando alegremente com o referido senhor. Utilizando de forma espúria a bandeira do Brasil, numa demonstração do acerto da afirmação de Millôr Fernandes que no Brasil o patriotismo é o primeiro refúgio dos canalhas. Ontem a maioria deles fez de conta que não eram cúmplices do homem.
E a pose moralista de representantes da valorosa classe média que foi às ruas trajando o uniforme da CBF, portando cartazes "SOMOS MILHÕES DE CUNHAS" e que hoje renegam seu herói.
Fazendo jogo de cena, a mídia especula sobre os desdobramentos da cassação e outras elocubrações sobre delações e que tais.
Lorota!
Cunha é profissional. O bom cabrito não berra. Ou berra apenas o que está no script e vai levar a vida no bem bom, como o provam Youssef e o japonês da Federal.
Como o Fernando Brito diz, o episódio não tem nada de edificante ou exemplar.
A plutocracia vai desembarcando quem seja inconveniente no momento.
Para cada cachorro morto, uma matilha de cães vivos.



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