quarta-feira, 12 de abril de 2017

FIM DE MUNDO


Em tempos de Fim de Mundo, estabelece-se a balbúrdia e os "ohs", "ahs", "uhs" dos que desconhecem como se fazem as leis e as salsichas proliferam nas redes sociais, apontando o dedo para os desafetos, enquanto ignoram os que lhes são caros.
Mas, como falava Giovanni Improtta, é preciso ter muita calma nesta hora e ver as diversas gradações que vão sendo estabelecidas pelos arautos da justiça, antes de chamar alguém de ladrão.
Primeiro, se recebeu a propina e abriu uma conta na Suíça, embora seja crime, é um dinheiro que não está fazendo mal a ninguém e sim um tremendo bem para o titular e sua família, garantindo-lhe o futuro e dando argumentos sólidos para aprovar o assalto do Temer, o blindado, ao direito de aposentadoria dos trabalhadores.
Advogados atilados já podem pensar em estabelecer uma jurisprudência nesta matéria, tornando lícita a apropriação indébita para enriquecimento pessoal.
Na mesma linha, pode-se argumentar ser injusto tratar da mesma forma quem utilizou a propina para financiar campanhas eleitorais, pois existem os que ganharam a eleição e os que a perderam. Mas, neste caso podemos ficar tranquilos, pois os doutos magistrados terão a cognição necessária para separar o joio do trigo e condenarão, com rigor, todos aqueles que possam ameaçar o rompimento da ordem estabelecida por direito divino. (Este direito já foi questionado por Jesus Cristo, quando falou que todos os homens são igualmente filhos de Deus, mas você sabe o que fizeram com Ele. Soltaram Barrabás.).
Além do mais, por uma questão de justiça, é necessário que se cobre com rigor dos juízes eleitorais e dos respectivos TREs e TSE que têm aprovado, ao longo de décadas, as contas de campanha, validando esta pouca vergonha.
Portanto, este bate boca vai longe e se a gente abdicar de fazer perguntas simples, vamos acabar entregando nosso destino nas mãos de refinados espertalhões.

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