Quando tirei meu título de eleitor, em 1966, o golpe militar já havia reduzido as eleições a um simulacro de faz de conta, para salvar a imagem de um governo constitucional, logo transformado em ditadura escancarada em 1968. No entanto, entre os estreitos limites a que nos obrigam a gramática e a lei, como dizia o velho Graça, procurei utilizá-lo da melhor forma possível para a construção do Brasil dos meus sonhos juvenis.
Na época foi extinto o voto direto para presidente da república, governador, prefeito das capitais e cidades de interesse estratégico da ditadura (ou seja para o executivo), sendo permitido apenas para o legislativo, dentro de uma estrutura bipartidária imposta. A ARENA era o partido do governo, o MDB, a oposição consentida, reunindo desde conservadores democratas como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves até pessoas mais à esquerda como membros do proscrito Partido Comunista. No entanto, o ditador de plantão poderia cassar a qualquer momento o parlamentar que ousasse ultrapassar a linha delimitada pelo regime.
Estudante secundarista, ingressando na universidade, sempre votei com o MDB, dando preferência a nomes que tinham uma posição mais firme contra a ditadura, os chamados "autênticos". Sem nunca ter tido filiação política partidária, ou atuação destacada no movimento estudantil, nem em movimentos sociais e de contestação ao regime.
Apesar da tutela e dos casuísmos adotados pela ditadura para controlar o resultado dos pleitos, em 1974 foi dado um claro recado nas urnas, com a eleição de 16 senadores, das 22 vagas em disputa, pelo MDB, sendo este o único cargo majoritário em disputa, embora o partido não tenha querido arriscar seus nomes mais vistosos na disputa. A reação veio braba, em 1977, com o famigerado Pacote de Abril, que instituiu o senador biônico. Mas o povo entendeu que este era o caminho.
A vitória do MDB atraiu para o partido toda sorte de políticos carreiristas e oportunistas, havendo os que, com a maior desfaçatez, usavam o slogan sou do MDB você sabe o porquê. E as eleições de 1978 confirmaram a força do partido, levando o regime a decretar o fim do bipartidarismo em 1979, extinguindo ARENA e MDB e obrigando os novos partidos a serem criados utilizar a denominação partido, em seu nome.
O MDB apenas acrescentou o nome partido em sua denominação, tornando-se o irreconhecível Partido do Movimento Democrático Brasileiro, PMDB, embora conservando o apelo eleitoral. E os estrategistas do regime recriaram o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, entregando a sigla a Ivete Vargas, para evitar que fosse utilizada por Leonel Brizola, que retornara ao País com a Anistia. Assim, além dos sarney, maluf, collor e outros menos conhecidos, temos como mais uma herança da ditadura os partidos de aluguel.
Conversa puxa conversa, o papo tá ficando longo e vai precisar de outro momento para falar das eleições para o executivo que vieram depois.
Mas o voto tem poder. Então não jogue ele fora.
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